PUNK-COMICS. Foi lançada a nova hq de Gary Panter, o ilustrador-quadrinista-punk-abstrato: Dal
Tokyo, uma coletânea em capa dura da tira do mesmo nome, originalmente
publicada na revista LA Reader,
depois na japonesa Riddim.
No Comics Bulletin, o homem foi entrevistado por Jason Sacks:
[Dal Tokyo] é um quadrinho experimental. Não existem muitos quadrinistas
experimentais, na verdade. Então eu faço isso. E eu gosto dos caras dos anos 70
que faziam metafiction, como Donald
Barthelme e Robert Coover e coisas assim. É como "John e Jane eram -- não,
Bill e Mary estavam -- não, eles estavam entrando em uma loja". A história
continuamente te diz que ela está sendo feita.
Eu acho que Dal Tokyo, porque
é experimental, está continuamente te lembrando que está sendo feita. Enquanto
a maior dos quadrinhos tenta te arrastar para dentro da ilusão e te manter lá
dentro. Isso é o que quadrinhos devem supostamente fazer e é isso que os
quadrinhos populares fazem. Te seduzem. Isso é uma coisa diferente. Não é tão
preocupado com o argumento.
Joshua Glenn, por outro lado,
resenhou a hq no The Comics Journal.
Dal Tokyo é uma cidade absurda e inimaginável cujas calçadas e becos estão
lotadas de punks, aliens, mutantes, Sepalois, garotas cubistas e adoráveis
personagens de mangá -- e cujo metrô está permanente ameaçado por uma poluição
tóxica. Nas sobras de viadutos abandonados [...], agências de propaganda rivais entram em combates sangrentos. Voyeurs
freelance tiram "pho-tos" de monstros de neblina ricos transando, que
eles vendem para a Fish-Carrot-Eye, editor do jornal de escândalos
pornográficos Rich Smog Sex, cuja sede está de baixo de um parque de diversões
abandonado. Enquanto isso, no deserto marciano ala Edgar Rice Burroughts, onde
vagam protoceratopses, homens-formiga escavam carros clássicos da areia, que
eles derretem para conseguir os minerais que precisavam para falar.
Pra fechar, Matthias Wivel, do The Metabunker, republicou uma resenha
de Jimbo in Purgatory, uma versão com
cara de quadrinhos-underground da Divina
Comédia [a do Dante].
A escolha resulta no trabalho de Panter mais condensado e exigente até
agora. Ainda que ele normalmente trabalhe de um jeito primitivista, aqui ele
procura os limites entre o rabisco e o controle, consolidando a sua abordagem
punk-pop aos clássicos. A vitalidade de sua linha sempre foi uma virtude
crucial, e aqui ele a usa, quase que de forma alquímica, em um espaço
simbólico, onde cada detalhe é rico em significados, e onde o seu senso natural
de design trabalha a serviço de ornamentos imperfeitamente texturizados.
LEGAL #2. Depois do depoimento de John Byrne no processo que Marv
Wolfman ajuizou contra a Marvel pelos direitos de Blade, Daniel Best, do 20th Century Danny Boy, publicou o de Jim Shooter, o polêmico editor-chefe da Marvel entre 1978 e 1987.
MY PERMISSION TO DIE. J. Caleb Mozzocco, em seu blogue [Every Day Is Like Wednesday], resenhou Batman versus Bane, encadernado
caça-níquel lançado pela DC com a minissérie Batman: Bane of the Demon e o especial Batman: Vengeance of Bane [que aqui no Brasil foi publicado pela
Abril em uma edição com capa metalizada da revista Superpowers]. Tudo de Chuck Dixon e Graham Nolan [esse
arte-finalizado por Tom Palmer, Eduardo Barreto e Bill Sieknkiewicz].
Não li o Bane of the Demon, mas concordo em linhas gerais com os comentários
sobre Vengeance of Bane – Graham
Nolan é um desenhista que escapou dos maneirismos mais trash dos anos 90 e
Dixon tem boas idéias [muito embora não saiba desenvolvê-las].
A história de origem de Vengeance é uma sólida, que envelheceu bastante bem. Eu lembro de ter ficado
extremamente impressionado por ela e por Bane da primeira vez que li a história
quando adolescente -- Dixon certamente trabalhou em fazer de Bane uma ameaça
crível [...].
Gastando a primeira metade da história mostrando Bane crescendo em uma
das piores prisões do mundo, ele também tenta criar afinidades com o vilão. Até
quando ele cruza a linha e mata pessoas às dúzias, você ainda pode apreciar a
natureza de superação pessoal de sua história de origem, que inclui milhões de
flexões e abdominais, luta submarina diária contra peixes (a cela da prisão
estava sob o nível do mar) e um punhado de leitura.
PASSO A PASSO. Duncan Fegredo postou, em seu blogue, abundantes
imagens para descrever o seu processo de criação de página.
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