NFN#67




KIRBY + WILLIAMSON. Tá vendo a primeira imagem das três que encabeçam o post? É da história The Face On Mars, publicada na revista Race For The Moon #2 [de setembro de 1958], onde Jack Kirby foi arte-finalizado por Al Williamson.

Você vai ser uma pessoa mais feliz se clicar na imagem para vê-la ampliada. Depois você pode seguir esse link para ler uma análise dela no blogue Simon and Kirby.


JAPA + PORTUGA. Pedro Moura, do Ler BD, resenhou Homunculus, que foi publicado aqui no Brasil pela Panini, de Hideo Yamato -- que, por sua vez, é o mesmo quadrinista que fez o mangá-doença Ichi the Killer, que virou um filme-mais-doença de Takashi Miike. Sobre a relação entre as duas séries, Moura escreveu:

A série mais conhecida, anterior, de Yamamoto, foi Ichi the Killer, cuja circulação se tornou particularmente marcante pela sua adaptação cinematográfica na versão magnífica (ou horrenda, doentia?) de Takashi Miike. Apesar do grau altíssimo de violência, gore e loucura dessa outra série, o factor decisivo do seu sucesso foi o tratamento profundo da dolorosa relação psicológica do protagonista, Ichi, consigo mesmo: atormentado desde a sua infância, abismado pela sexualidade, legado no conflito entre dois clãs de yakuza, essa tormenta parece encontrar uma solução, mesmo que momentânea, no confronto directo com outro assassino demencial, Kakihara (desempenhado no filme pelo sublime Tadanobu Asano, que também protagonizou um filme baseado na obra de Tsuge). São esses dois aspectos que são herdados por esta nova série: a preocupação com a exploração das psiques das personagens e a eleição de um espaço de confronto, relação e crescimento entre duas personagens.


BASCOS + CATALÃES. Ciro I. Marcondes, do Raio Laser, resenhou El Invierno del Dibujante, hq de Paco Roca publicada pela editora basca Astiberri, que, em 2011, fez muito sucesso na Espanha -- levou, inclusive, os dois principais prêmios dedicados exclusivamente a espanhóis do Saló Internacional de Cómic de Barcelona, o mais importante do pais.

É a história real de cinco quadrinistas espanhóis que, na Barcelona de 1957, tentaram publicar a sua própria revista independente, a Tio Vivo.

Como a história é contada em fragmentos fora de ordem, em chave absolutamente melancólica – vemos, afinal, a euforia de se abrir uma editora independente e de se livrar das “garras opressoras”; e depois a decepção do naufrágio de toda empreitada e o retorno, com o rabo entre as pernas, dos cartunistas para a Bruguera – a experiência de se ler El invierno del dibujante não pode ser diferente de um impressionismo contemporâneo, em que não conseguimos efetivamente nos tornarmos íntimos de seus personagens, mas ao mesmo tempo percebemos as sombras fantasmáticas de seus existências, de seus autógrafos dados, as piadas contadas, de seus rascunhos nunca publicados. Este impressionismo reverbera em um olhar mais severo a respeito das condições difíceis de uma vida sob imperiosa ditadura, somadas às imposições castradoras de um mercado editorial potente.


LEGAL. Daniel Best, do 20th Century Danny Boy, segue publicando artigos sobre processos judiciais relacionados aos quadrinhos. Agora, foi o depoimento de John Byrne no processo que Marv Wolfman ajuizou contra a Marvel pelos direitos de Blade [personagem que teve a sua primeira aparição na série Tomb of Dracula, em sua clássica fase escrita por Wolfman e desenhada por Gene Colan; o processo é do final da década de 90, quando o personagem ganhou o seu primeiro filme].

O resumo: o depoimento de Byrne detonou a tese de Wolfman.

John Byrne: quadrinista, testemunha e EXECUTOR. 

A VIDA CONTINUA. Matthias Wivel resenhou, em seu blogue [The Metabunker], as duas últimas hqs de David B., Les Faux visages e Les Meilleures ennemis, dois de seus trabalhos pós-Epiléptico [aqui publicado pela Conrad; que fique, inclusive, registrada a recomendação].

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