NFN#72




OBJETIVO #2. Mais uma resenha de The Creativity of Ditko, livro sobre [quem quem quem? #2] Steve Ditko, que Craig Yoe organizou. Agora, foi no Comics Bulletin, por Jason Sacks:

Existem algumas coisas que fazem The Creativity of Ditko especial. Tem alguns artigos instigantes e maravilhosos que dão ao leitor informações interessantes sobre quem Ditko realmente era -- não a lenda Ditko, mas fatos sobre o homem, informados por pessoas que o conheceram (já que ele escolheu nunca falar em público sobre si mesmo). Tem um punhado de páginas de arte original de Ditko, reimpressas no livro, que oferecem a chance de apreciar de verdade as suas linhas e a sua virtuose. Mas, principalmente, The Creativity of Ditko tem 20 histórias nunca antes reimpressas que retratam o período em que o mestre dos quadrinhos trabalhou para a Charlton Comics, a conhecida alternativa à Marvel e DC que pagava mal aos seus criadores.


TUDO BRANCO NO PRETO. No blogue Hombre de Trapo, um excelente artigo sobre o quadrinista suiço Thomas Ott [de The Number 73304-23-4153-6-96-8 e Tales of Error, publicados nos EUA pela Fantagraphics].

Quais são as principais características gerais de Thomas Ott como autor de quadrinhos? De forma geral, depois de uma análise superficial, podemos sintetizá-las em três grandes aspectos principais:

1) São histórias mudas, motivo pelo qual todo o peso da narrativa recai sobre o desenho. Só aqueles desenhistas que são grandes narradores se atrevem a desenvolver histórias sem o apoio de palavras.

2) Ott usa com grande freqüência quadrinhos em formato panorâmico, o que dá às suas obras um ar extremamente cinematográfico. O leitor tem a sensação de estar vendo passar na frente de seus olhos fotogramas de um filme (de fato, Thomas Ott estudou Direção Cinematográfica na Universidade de Arte e Desenho de Zurich -- HGK -- durante os anos de 1998 a 2001, e essa influência é perceptível de forma intensa em seus quadrinhos, principalmente na planificação das páginas).

3) Esse talvez seja o aspecto mais original da obra de Thomas Ott, e o que diferencia ele do resto: o autor desenha usando TINTA BRANCA SOBRE PAPEL PRETO, ao contrário do que praticamente a totalidade dos outros mortais, que usam tinta preta sobre um fundo branco. É por isso que dizemos que é um autor que "desenha em negativo", fazendo um uso muito peculiar da técnica do chiaroscuro. O resultado alcançado dá às suas páginas uma atmosfera claustrofóbica e perturbadora, ideal para expor o lado tenebroso e as misérias da alma humana de seus personagens.

Seguindo o link, você vai encontrar abundantes imagens que retratam os três pontos.

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Capa da New Yorker dessa semana, de Chris Ware.
  

PARTIU. glamourpuss, série do polêmico quadrinista Dave Sim [Cerberus] foi cancelada -- estava vendendo 2.400 cópias ao mês. Sim fez uma espécie de editorial de despedida, anunciando a sua intenção de abandonar os quadrinhos. Andy Khouri, no Comics Alliance, comentou tudo isso e um pouco mais.


ENTREVISTA. Sean Edgar entrevistou Brian K. Vaughan, escritor de Ex Machina e Y: O Último Homem [ambas publicadas aqui pela Panini] e Saga.

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