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Frank Miller faz 58 anos de vida
hoje. É um bom momento para desencavar algumas coisas que eu tenho aqui na
manga sobre o cara -- um dos melhores quadrinistas americanos de todos os
tempos.
O nosso guia é Christopher
Irving, o historiador pop-culture [de Leaping Tall Buildings], que entrevistou
Frank Miller para o seu site Graphic NYC [morto hoje em dia]. A entrevista, de
dezembro de 2010 [pouco menos de um ano antes da publicação de Holy Terror, bem
na época em que o Batman foi substituído pelo The Fixer na história] é dividida
em duas partes: a primeira cobre a carreira de Miller do seu início, do momento
em que bateu na porta de Neal Adams vindo de Vermont, até 300, o gibi e a sua
adaptação para o cinema de Zack Snyder [essa parte ganha BRINDES]. A segunda
pega a sua fase “pós-pós-moderna” -- aquela que se divide entre super-heróis badass aloprados e filmes estilosos.
Miller, chegando em Nova Iorque,
em 1976, procurou e encontrou Steve Ditko e Neal Adams na lista telefônica. O
primeiro foi amistoso; o segundo, avaliou o trabalho de Miller [“volte para
Vermont e arranje um emprego em um posto de gasolina”; Adams é um partidário do
método “ensino através da humilhação”].
Dois anos depois, Miller teve a
sua primeira história publicada: foi na revista em quadrinhos de Twilight Zone,
publicada pela editora Gold Key Comics [falida em 1984]. Especificamente essa
história de três páginas, publicada na edição #84, de junho de 1978 -- o BRINDE
UM, tirado de uma postagem do CBR. Não parece nada uma história do Miller:
A partir daí, Miller emendou uma
série de trabalhos menores até chegar no Homem-Aranha [The Spectacular
Spider-Man #27–28]. Daí para o Demolidor [que era “the poor man’s Spider-Man”]
foi um pulo. Foi a chance que ele viu de projetar no personagem todas as histórias
de crime que ele tinha na cabeça criando um personagem que, como diz Irving,
“não era necessariamente um anti-herói, mas um herói que estava sempre perto de
se tornar um vilão”. É o que ele diz nessa entrevista para o documentário Men
Without Fear, um extra do DVD daquele filme com o Ben Affleck. BRINDE DOIS,
portanto:
No seu primeiro ano trabalhando
com o Demolidor, Miller entrou no estúdio Upstart. Lá estavam Howard Chaykin
[fazendo American Flagg!] e Walt Simonson [desenhando Thor]. Os dois
apresentaram Miller aos quadrinhos europeus. Laurie Stutton, sua namorada na
época, aos mangás. O próximo trabalho de Miller foi Ronin e isso tudo não é uma
coincidência.
A primeira parte da entrevista segue com
Born Again, O Cavaleiro das Trevas, Batman: Ano Um, a primeira tentativa de
Miller em desembarcar em Hollywood [Robocop 2 e 3], Elektra Lives Again, O Homem Sem Medo [com John Romita Jr. arte-finalizado por Al Williamson], Give Me
Liberty, Sin City [o gibi que Miller “sempre quis fazer”; com direito a
anedota da oportunidade em que Miller conheceu Mickey Spillane] e 300.
A segunda parte abre com Strikes
Again, a tentativa de Miller de ser divertido e Silver Age -- com colorização
“corajosa” de Lynn Varley e referências a Ditko [anedota dois: na época, Miller
tentou convencer Ditko a relançar Mr. A em parceria; o co-criador do
Homem-Aranha não topou por ter perdido o interesse no personagem]. Segue com
All-Star Batman and Robin, the Boy Wonder [com Jim Lee arte-finalizado por
Scott Williams], o gibi do Batman loção [preciso relê-lo: Miller e Irving dão
DICAS INTERPRETATIVAS]. Chega a The Spirit, o filme [Miller foi convidado pelo
produtor Michael Uslan para tocar o filme no funeral de Will Eisner, sinta-se
livre para ver nisso significados simbólicos] e termina no comercial
da Gucci que ele dirigiu, protagonizado por uma fantasmagórica Evan Rachel Woods e Chris Evans.
Aparentemente, Miller desenhava todas as cenas antes de gravá-las: o cara é um
quadrinista nato.
Nunca viu? Então eu fecho a
postagem com ele:
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