A The New York Review of Books recuperou um texto massa
originalmente publicado em junho de 1985: um artigo escrito por Umberto Eco sobre
Krazy Kat, o clássico de George Herriman, e sobre Peanuts, o não menos clássico
de Charles Schulz. Vai lá que vale.
Sobre Krazy Kat, Eco destacou o “traço”, “com algumas invenções
surrealistas, especialmente nos improváveis cenários lunares, propositalmente
pensados para divorciar os eventos de qualquer verossimilhança”. Tem também o
lado “mass media” da coisa: “a poesia de Krazy Kat tem a sua origem no
cabeça-durismo lírico do seu autor, que repete o seu conto ad infinitum, com
variações, mas sempre do mesmo tema”.
Tem também comentários nessa linha para Peanuts: “você nunca
vai entender o poder poético da obra de Schulz lendo um ou dois ou dez episódios:
você precisa entender profundamente os personagens e as situações, porque a
graça, a suavidade, a risada nascem da infinita repetição mutável de padrões, e
da fidelidade à aspiração fundamental”. E daí você encontra tudo: “Freud, mass
culture, digest culture, a luta frustrada pelo sucesso, desespero por atenção,
solidão, aceitação passiva e protesto neurótico”. [QUADRINHOS]
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