NFN#85: SHELL SHOCK!




TURTLE POWER! As Tartarugas Ninja ganharam uma série nova de animação no Nickelodeon, com uma cara meio Scott Pilgrim, feita por Ciro Nieli [que é o mesmo cara que fez a série Jovens Titãs]. Brooks Barnes, do New York Times, ficou consternado e escreveu um artigo para dissipar algumas de suas dúvidas -- todas:

Para pessoas que nunca entenderam o apelo desses personagens, e eu definitivamente estou entre elas, a pesar de ser um filho da década de 80, isso parece um tiro no escuro. Tartarugas ninja? Com nomes da renascença? Que vivem em esgotos?

Como é possível que alguém não veja O CHARME disso?

[Não responda, a pergunta é retórica].


"O" SUPER-DESENHISTA. Curt Swan foi o desenhista dos gibis do Super-Homem por TRINTA ANOS – o seu traço ficou tão identificado com o personagem que, durante um tempo, ele inclusive desenhava o rosto dele em cima dos desenhos de outros artistas – outros artistas como Jack Kirby.

A sua fase, que tá mais pra reinado, durou entre a metade da década de 50 e os anos 80, precisamente quanto John Byrne passou a dar as cartas – e a sua despedida aconteceu com uma das melhores histórias do personagem de todos os tempos: O Que Aconteceu com o Homem do Amanhã?, escrita por Alan Moore.

Isso tudo nos importa agora mesmo porque Daniel Best, do 20th Century Danny Boy, desencavou um artigo assinado por Swan e publicado em Superman at Fifty, livro comemorativo lançado em 1988, no qual esse faz um repasso “tanto na sua carreira, quanto na forma em que ele interagiu com o Super-Homem, mas, mais importante, também nos dá informações sobre como a DC Comics funcionou dos anos 50 em diante”.


OOO HAPPY DAY. Semana passada foi publicada a primeira edição de Happy!, nova série de Grant Morrison, publicada pela Image e desenhada por Darick Robertson, anunciada pelo primeiro na mesma entrevista que falou que ia deixar os quadrinhos de super-heróis no próximo ano.

David Uzumeri entrevistou a dupla de criadores do gibi, em uma matéria com diversas imagens do interior da revista, no Comics Alliance. Conforme explicou o próprio Morrison, a idéia envolve o Papai Noel fazendo... coisas ruins numa vibe anti-comercial?

Quando você pensa no assunto, o papel do Natal em Americana -- um negócio  meio Norman Rockwell, com o Papai Noel da Coca-Cola -- é um símbolo, de certa forma, do comercialismo americano e da "América Ruim" e da "América das Corporações", o que é um interesse meu agora mesmo, como você deve ter notado! Eu queria pegar essas imagens, essas que foram usadas de uma forma acolhedora, ostensivamente "família" -- de novo, a imagem do Papai Noel foi criada pela Coca-Cola -- e colocá-la em um lugar degradado, um mundo caído, onde até mesmo as coisas que deveriam ser felizes e amigáveis e familiares, agora são sujeito à mesma corrosão cruel.


FAMA E FORTUNA. Sean T. Collins entrevistou, em uma tacada só e na revista Rolling Stone, Jaime Hernandez, Chris Ware, Daniel Clowes e Gilbert Hernandez – uma espécie de Quarteto Fantástico dos quadrinhos alternativos atuais. Todos parecem muito felizes, pelo menos dentro do parâmetro de felicidade que você poderia esperar de pessoas obsessionadas com o próprio LOOSERISMO:

Gilbert: É engraçado: quando Ghost World foi lançado e Dan foi indicado para o Oscar, eu conseguia imaginar alguém como Gwyneth Paltrow dizendo "os quadrinhos de Dan Clowes..."

Clowes: E ela fez isso!

Gilbert: Foi a previsão mais bizarra de todas. Tirei ela da manga -- aposto com você que alguém assim vai dizer isso.

Clowes: Eu tinha certeza que ela ia pronunciar o meu nome errado, mas alguém deve ter treinado ela. Pensei que seria perfeito, a garota bonita da sala pronunciando o teu nome errado quando você está na feira de ciências.

Ware: Um momento definidor.

Gilbert: E essa foi provavelmente a primeira vez que ela mencionou uma história em quadrinhos em toda a sua vida, e uns poucos anos depois ela estava no filme do Homem de Ferro.

Ware: E Scarlett Johansson saiu de Ghost World e fez outro filme de quadrinhos.

Clowes: Tenho que dizer que ela desdenhava completamente os quadrinhos . [Risadas] Eles eram o mais baixo.

Ware: Acho que é incrível que as coisas pelas quais as pessoas faziam piadas comigo, e atacado nos corredores por que eu lia elas, e cuspido -- literalmente, um cara cuspiu no bolso do meu casaco -- agora é cultura mainstream.

Clowes: Eu vi um casal de adolescentes atrativos no metrô dizendo "Vamos ver Thor?". Quando eu era adolescente, se eu dissesse "Ei, vamos lá na casa da minha mãe ler as minhas edições do Kirby em Thor", teriam usado spray de pimenta em mim. [Risadas]

"Agora que a entrevista acabou chegam as groupies?
Faz parte do pacote Rolling Stone, certo? CERTO?"

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