NFN#42



EXTRAORDINÁRIO #4. Mais uma resenha do último League of Extraordinary Gentleman: Century [Alan Moore e Kevin O'Neill]. Agora no Comics Alliance, por David Brothers.


RESENHISMO NUNCA É POUCO #2 e 3. Colin Smith, em seu blogue [Too Busy Thinking About my Comics], resenhou The Defenders [a série "clássica", de Steve Gerber e vários desenhistas meia-bocas, como Don Heck e Sal Buscema] e X-Treme X-Men #1 [a nova série, do péssimo Greg Park e do desconhecido Stephen Segovia].

A primeira foi bem, apesar da tentativa forçada de elogiar os desenhistas. A segunda... nem tanto:

A revista X-Treme X-Men #1, de Greg Pak e Stephen Segovia, é uma hq tão lamentavelmente pobre que não é nem possível rir dela. Mesmo esse alívio à tristeza, expressão de desprezo, entra em curto-circuito pelo peso da dúbia narrativa que é evidenciada aqui.


PERGUNTE AOS UNIVERSITÁRIOS. Bryan D. Stroud, do Comics Bulletin, entrevistou três professores da The Kubert School, de Joe Kubert. No primeiro texto, Dick Ayers [que desenhou uma pá de títulos da Marvel nos anos 60/70, além de ter sido um dos arte-finalistas de Jack Kirby no Quarteto Fantástico], e depois Irwin Hasen [que destacou Steve Bissette como um de seus melhores alunos]. Depois [na verdade, provavelmente antes: ainda que não tenha data, a entrevista tem que ser anterior ao falecimento do entrevistado, em 2009], Ric Estrada.


ANO UM, SÓ QUE NÃO #2. Julian Darius, do Sequart, concluiu a sua resenha do roteiro de todos os projetos de filmes do Batman que aconteceram antes de Batman Begins. Dessa vez [a série já tinha sido linkada aqui], um projeto dos irmãos Wachowski, outro de Darren Aronofsky [Superman vs. Batman] e um último de Joss Whedon, além do próprio Batman Begins.

Desse último, algumas informações interessantes: resulta que aquele final, que dá um jeitão de blockbuster meia-boca pro filme, foi, ao contrário do que eu tinha pensado, uma idéia do próprio Cristopher Nolan:

Nolan queria um terceiro ato estilo blockbuster, terminado com uma ameaça sob toda Gotham City -- um clímax que Nolan pensou que se enquadrava com o personagem. [...] Os dois [Nolan e David S. Goyer, co-roteirista do filme e responsável pelo hediondo Blade: Trinity] decidiram rapidamente que o mentor do Batman do primeiro ato seria o vilão do terceiro ato. O segundo ato teria um rival diferente, que apenas pareceria ser o principal adversário até o retorno do mentor [...].


TÉCNICA. Vocês sabem quem é um cara organizado? Jonathan Hickman. Resulta que, conforme Andy Khouri, do Comics Alliance, ele tinha diagramas para toda a passagem dele pela série do Quarteto Fantástico.


ACADEMICÔ. Saiu a nova edição de ImageTxT, revista acadêmica on-line dedicada aos quadrinhos, editada por Katherine Shaeffer.

Dos vários artigos dessa edição, dois merecem links específicos. Primeiro, o de Andrew J. Friedenthal, sobre a continuidade nos quadrinhos e a Crise nas Infinitas Terras. Dele, tiro uma citação de Umberto Eco, por que eu sou muito mais semiótico que tu:

As historias se desenvolveram em uma espécie de clima onírico -- do qual o leitor não é consciente -- onde o que aconteceu antes e o que aconteceu depois parecem extremamente nebuloso. O narrador retoma a mesma vertente dos fatos uma e outra vez, como se ele tivesse esquecido de dizer alguma coisa ou quisesse adicionar detalhes ao que foi dito.

Ele está falando dos quadrinhos da Era de Ouro, mas ninguém diria.

Segundo, o de Eric L. Berlatsky, que resenhou The Best American Comics Criticism, organizado por Ben Schwartz [e, conforme Berlatsky, nem tão "Best" assim]. Tem um trecho sobre Jonathan Franzen e Peanuts:

A introdução de Jonathan Franzen para um dos volumes de The Complete Peanuts é de alguma forma melhor [...]. Franzen argumenta que os gibis de Schulz têm a sua origem na força, na compaixão, e na alegria, e não na angústia existencial que caracteriza Charlie Brown. Franzen insiste que o "verdadeiro alter ego" de Schultz é Snoopy, e não Charlie Brown, e é essa transfiguração de infelicidade em arte que separa Schultz do resto de nós [...].

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