Interestelar, o novo filme de Christopher Nolan e seu irmão
Jonathan Nolan e a primeira ficção científica da dupla, estréia amanhã no
Brasil. Repassar o resenhismo é alimentar as esperanças: dentre os bons textos
que apareceram, todos, até aqueles que empilharam defeitos, fazem ele parecer
uma OBRA.
Querem ver? Matt Zoller Seitz, do Roger Ebert.com, empilhou
defeitos [“usa música alta para tornar empolgantes cenas que de outras formas
não empolgariam”, “personagens se empurram diálogos expositivos por quase três
horas”, “parecia o episódio piloto mais caro da história da NBC”] para destacar
as virtudes: “é impressionante, às vezes incrível, me surpreendeu ao ponto de
que as minhas objeções habituais ao trabalho de Nolan se dissolveram”.
A trama parte de um ponto que nos é DADO, não explicado: a
Terra está morrendo, os recursos naturais estão acabando, muita poeira etc.
Joseph Cooper [Matthew McConaughey], Amelia Brand [Anne Hathaway] e Doyle [Wes
Bentley] formam uma equipe de astronautas que partem em busca da salvação da
humanidade: envolve jogar a última espaçonave da humanidade em um buraco de
minhoca e torcer para que tudo dê certo.
Diante desse resumo, e considerando que Steven Spielberg era
o nome originalmente ligado ao projeto, não é de se estranhar que 2001: Uma
Odisséia no Espaço, Stephen Hawking e Spielberg sejam nomes freqüentes nas
resenhas [outro: o poeta galês Dylan Thomas, que tem o seu villanelle Do Not Go
Gentle Into That Good Night abundantemente citado ao longo do filme].
Na resenha de Seitz, aparecem Spielberg [“é um filme de
Spielberg feito com o espírito de John Ford: um filme que prefere tentar ser
oito ou nove coisas a ser apenas uma”] e 2001 [“depois de um momento você
percebe, ou deveria perceber, que Nolan e o seu co-roterista e irmão Jonathan
Nolan não estão tentando superar o espetacular racionalismo de 2001”].
David Edelstein, na New York Magazine, falou de 2001 [“o
final é tão bobo que você fica grato por Stanley Kubrick ter optado, na época,
pela obscuridade artê”] e Hawking [“apenas ele poderia entender todas as
reviravoltas]”. Também gostou do filme: “extremamente divertido”, muito
divertido “se você assisti-lo com o frame mental adequado”. Mesmo com uma espinafrada final aos Nolanvetes, equivale a uma nota 7, conforme o Metacritic.
Entre Edelstein e Seitz você já tá bem de resenhas. Mas ainda dá tempo para uma dica, de James Dyer, da Empire: veja o filme em IMAX. Dyer, que também citou 2001, Spielberg e Hawking [“é Jornada nas
Estrelas feito por Stephen Hawking, uma ópera espacial de partir a cabeça com a
alma amarrada por toda a ciência”], foi incisivo: “com
uma hora gravada com IMAX de 70 mm, você vai querer estacionar o seu traseiro
na frente da maior tela disponível para apreciar o espetáculo”, formado por um
“buraco de minhoca esférico” e um buraco negro “matematicamente modelados e
verdadeiros”, “planetas não menos do que espetaculares”, criados pelo diretor
de fotografia Hoyte Van Hoytema [de Deixe Ela Entrar]. [ETCETERA]
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