Guardiões da Galáxia, o novo filme da Marvel
cinematográfica, chega aos cinemas amanhã. E, pelo menos pela crítica, foi bem recebido: mal, ninguém falou do filme e o seu jeitão de porradaria debochada.
Dá pra saber muito sobre o filme conhecendo o homem que
sentou na cadeira de diretor, James Gunn, do livro All I Need to Know about Filmmaking I Learned from the Toxic Avenger [escrito junto com o diretor do filme,
Lloyd Kaufman], e diretor da prova viva dessa tese, Seres Rastejantes
[protagonizado por Nathan Fillion, habitué dos filmes de Joss Whedon]. E é uma
proposta coerente com o Marvel way versão cinema cinema: uma cara de
auto-paródia, o que Dan Jolin, da Empire, chamou de "snark over dark".
Jolin comentou que o filme está localizado na intersecção
entre “a Inocência Moderna e a Ironia dos 80”: uma mistura de “Mercenários das
Galáxias, O Voo do Navegador, o Flash Gordon de Mike Hodges, De Volta para o
Futuro 2, Os Caçadores da Arca Perdida e O Vingador do Futuro”, com “orgulho de
sua herança”.
Para tu ver que eu não estou brincando quando eu digo que
ninguém falou mal do filme, você pode conferir essa resenha de Steve Rose, do
The Guardian. É uma das resenhas que pior trata o filme [conforme o Metacritic], mas o faz tratando-o como “divertido, maluco, explosivo e cheio de cores
artificiais”, ambientado em um universo que “parece o de um livro de bolso de
ficção científica dos anos 70” e protagonizado por um Chris Part em versão
“renegado charmoso no model de Indiana Jones”. O ponto negativo: “não é tão
imaginativo como, digamos, O Guia do Mochileiro das Galáxias”. Posso viver com
isso. Rose também viu o lado auto-paródia: o humor do filme é
“auto-consciente”, “auto-satírico”, destacando “o seu próprio absurdo ao longo
do filme”.
Scott Foundas, da Variety, foi o único que fez a conexão
filme-gibi, onde os Guardiões foram “derivados, remontados e relançados
diversas vezes ao longo das décadas, quase sempre mantendo a visão de seus
criadores Arnold Drake e Gene Colan de um Dirty Dozen intergalático [e
inter-espécies]”. O filme deve mais à versão de Dan Abnett e Andy Lanning, com
a sua equipe “formada por vários personagens coadjuvantes dos anais da Marvel,
sob a questionável liderança de Peter Quill [alias Star-Lord]” – o que se
traduziu em um filme que se parece com um “levante dos frequentadores da
“Cantina Mos Eisley, exigindo estrelar o seu filme próprio”. [ETCETERA]

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