Daniel Clowes, de Ghost World, participou de uma palestra Wexner
Center for the Arts, disponível no Vimeo. O cara é uma figuraça e domina a técnica do humor
auto-depreciativo na medida certa. Conduzida por Hillary Chute a partir de
fotografias de diversos momentos da vida de Clowes começou falando de sua fase
como aluno de escola de arte, dos seus inícios como quadrinistas na revista
Cracked e chegou às capas da New Yorker, seu apego a protagonistas insuportáveis e... Shia LaBeouf.
Exemplifico por tópicos. Sobre a Eightball [e a pretexto do
iminente lançamento de The Complete Eightball, pela Fantagraphics]: “queria
fazer algo como o que Robert Crumb fazia, umas duas edições de uma série e daí
fazia outra série. Era sempre o mesmo gibi, só que um pouco diferente. Mas
nunca pensei em um título melhor do que Eightball”.
Wilson e livros pensados como um objeto material: “queria
que ele fosse grande e pesado. Que sobrevivesse ao iminente apocalipse dos
livros físicos. Quando for encontrado por alienígenas, eles vão pensar ‘as
pessoas eram raivosas e barbudas’”.
Maturidade: “perdi o interesse na ideia de transgressão como
um valor. Você tem que fazer algo mais interessante do que coisas que a sua mãe
disse que você não pode fazer”.
Depois de 50 minutos de palestra, Clowes passa outros trinta
respondendo a perguntas do público -- onde consegue dar respostas interessantes
até mesmo para perguntas insossas como “de onde você tira as suas ideias”. No
caso específico, a resposta vira uma explicação sobre o processo criativo por
trás de Como uma luva de veludo moldada em ferro: “tentei incorporar meus
sonhos em uma história”; “colocar coisas que me incomodavam no papel”; “tentar
praticar uma forma de escrita automática”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário