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Gaspar Noé, diretor de Irreversível e Enter the Void,
entrevistou e foi entrevistado por Matthew Barney, de River of Fundament [“uma
ópera não tradicional e performance ao vivo em formato de filme”; ele também é
o marido da Björk, o que explica muita coisa]. Foi na BOMB Magazine, que se
dedica precisamente a publicar entrevistas de artistas por artistas.
Eu sei o que você está pensando: é muita vanguarda e a
entrevista deve ser um biriri. Mas, te digo: não é o caso. A conversa é longa e
informativa. Noé e Barney falam sobre seus próximos projetos e seus principais
filmes [Irreversível e River of Fundament, respectivamente]. Sobre câmeras 3D,
uso de tecnologia e Gravidade, o filme de Alfonso Cuarón. Sobre filmes
violentos [por quê tantos filmes violentos na França? Noé: “lá é mais fácil de
financiar”], artistas extremos [Michel Journiac e Otto Muehl] e seus filmes
favoritos [Noé: “2001, Uma Odisseia no Espaço, é uma narrativa, mas chega em um
ponto em que ele brinca com uma parte da tua mente que não entende eventos, mas
lê sinais”; Barney: “gosto de filmes que estão presos em um cenário, como Das
Boot, Tubarão, e os filmes de terror dos anos 70 do gênero cabana na floresta”;
“muitos dos meus filmes favoritos são comerciais”].
Os dois são fãs de Stanley Kubrick, que aparece diversas
vezes na conversa, relacionado a diversas temas -- como filmes que parecem
pesadelos [Noé: “li que Kubrick disse que queria ter feito Eraserhead, do
Lynch, porque é o filme que ele viu que mais perto chega da linguagem dos
pesadelos”], tecnologia e movimentos de câmera [Barney, sobre O Iluminado: “não
é só que o elevador começa a sangrar, é o jeito que a porta está enquadrada e o
jeito que a câmera vai em direção à porta. Não é a perspectiva de uma pessoa, é
uma perspectiva em movimento -- um ponto de vista em movimento”] e a influência
do diretor alemão Max Ophüls sobre a sua obra. [ETCETERA]

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