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Kevin Feige, o homem com um plano no amontoado de filmes que
Marvel está produzindo, arranca suspiros do mundo dos negócios. Devin Leonard,
na Bloomberg Businessweek, escreveu um artigo detalhado sobre como ele se
tornou a figura chave nesse processo -- o que resulta em explicar as
circunstâncias que rodearam ao surgimento da própria Marvel Productions, o
“primeiro grande estúdio independente a surgir desde a DreamWorks”.
Feige é o cara que se deu conta de duas coisas. Um: a Marvel
pode ter vendido as suas tuas propriedades mais valiosas [Homem-Aranha, para a
Sony, e X-Men, para a Fox] nos seus tempos difíceis, “mas ficou com algo mais
valioso: um universo de milhares de personagens que controla totalmente”, o que
“significa que Feige pode produzir um número ilimitado de filmes com histórias
e personagens interconectados, criando um público amplo para qualquer filme da
Marvel”.
E dois: Feige viu no acervo de gibis da Marvel soluções
funcionais para os roteiros do cinema. Aconteceu quando ele, até então um nerd
não especialmente viciado em quadrinhos, trabalhou na produção de X-Men, o
primeiro filme mutante de Bryan Singer [terceiro filme de Feige, depois de
Volcano, aquele filme de 1997 com um vulcão no meio de Los Angeles, e Mens@gem Pra Você, a comédia romântica com Meg Ryan e Tom Hanks] passou a consumir pilhas de gibis mutantes: “eu lia
esses gibis e pensava, olha para isso. Façam o que está aqui. Isso aqui é
incrível”.
Serviu para impressionar Avi Arad, que contratou Feige para
a divisão de filmes da Marvel, que servia como uma espécie de consultoria para
as outras produtoras que tinham os personagens da editora nas mãos -- ao
ajudá-las a produzir filmes coerentes com os quadrinhos, a editora pretendia
aumentar as suas vendas. Daí para a decisão de produzir os seus próprios filmes
foi um pulo: a estratégia deu certo; a produção própria daria à Marvel o poder
de definir a periodicidade dos filmes [e seus efeitos positivos].
Leonard vai mais longe: além de explicar o papel de Feige
com detalhes [com exemplos concretos de input criativo], também descreveu como
isso se encaixou na estratégia da Disney [ou de Robert Iger, seu novo CEO com
um apetite por personagens que podem ser transformados em uma miríade de
produtos] e os planos para evitar a saturação de filmes de heróis. [QUADRINHOS]

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