WILL EISNER E CHARLES M. SCHULZ: É A GUERRA

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Malin Bergström escreveu a sua dissertação de mestrado sobre como Will Eisner e Charles Schulz retratam a guerra nos seus gibis. No caso de Eisner, a hq analisada foi Ao Coração da Tempestade. No de Schulz, evidentemente, foi Peanuts.

Pode te parecer estranho que a tira do Snoopy, mas uma das coisas que Bergström explica é como o acampamento de verão para o qual Charlie Brown era anulamente enviado funcionava, frequentemente, como uma figura de linguagem para a convocação de um soldado.

O que Bergström faz é comparar o que as hqs e os autores tem em comum. Os dois, por exemplo, participaram da Segunda Guerra Mundial e tratam o "serviço militar como uma oportunidade para crescer e madurar".

No entanto, Schulz, que de fato foi para a linha de frente, "deixou de ser um indivíduo isolado e tímido, e desenvolveu uma carreira militar", descrevendo "o retorno para a vida de civil como anti-climático". Em Peanuts, ele "trabalha de forma consciente para lembrar a Guerra Mundial", comemorando os seus veteranos e lembrando do Dia D de forma anual. 


Enquanto isso, Eisner, ainda que tenha se tornado "decidido em servir ao seu país na guerra" depois de convocado, não deixou o "homefront", sem ir à frente de batalha. Ele opta, no entanto, "por não mostrar esse fato aos leitores. A sua decisão de se focar apenas na jornada para a base militar permite que a Eisner conectar a sua narrativa à memória coletiva da convocação, ainda que a verdadeira experiência do convocado seja significativamente diferente".  [QUADRINHOS]

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