Ontem foi um dia e tanto para as graphic novels.
Foi em 31 de julho de 1889, em Blankenberge, no Flandres Ocidental, que nasceu o artista belga Frans Masereel. Talvez você lembre dele da biografia de Lynd Ward: Masereel é o primeiro artista de novelas sem palavras.
Masereel era filho de uma família rica de Gante. Lá ele se formou na Academia de Belas Artes. Depois disso, foi uma jornada: se mudou para a Inglaterra, depois para a Alemanha e França, antes de finalmente se assentar na Suíça. No percurso, se afiliou à Cruz Vermelha ao Movimento Pacifista Internacional. George Grosz e Stephen Zweig estavam no seu círculo de amizades.
As suas novelas sem palavras eram bastante populares na Europa. Entre as mais famosas, estão 25 Images de la Passion d'un Homme, Le Soleil e Mon Livre d'heures [publicada em 1919, com prólogo de Thomas Mann] e Historie sans paroles.
Não são, propriamente, gibis: com uma imagem por página e sem balões, estão no meio do caminho entre o cinema mudo e os quadrinhos. É visto, no entanto, como um avô da graphic novel: são histórias longas e autorais, narradas por imagens impressas.
Masereel faleceu em 3 de janeiro de 1972, em Avignon, na França.
Entre os autores que ele influenciou, está a checa Helena Bochořáková-Dittrichová. Também nascida em 31 de julho, só que de 1984 [e em Vyškov, na Morávia do Sul], Dittrichová também é uma artista de novelas sem palavras.
As suas histórias, no entanto, não eram simbólicas como as de Masereel, ou épicas como as de Ward: Dittrichová foi a primeira artista de novelas sem palavras a fazer histórias mais pessoais, falando do dia-a-dia: o seu primeiro sucesso foi Z Mého Dětstui, “minha infância”. Ela é, portanto, uma Marjane Satrapi da primeira metade do século passado. Dittrichová faleceu em 28 de março de 1980 em Brno, também na República Checa.
Não é só: foi em 31 de julho de 1980 que começou a ser vendida a revista Raw, de Art Spiegelman e Françoise Mouly. A Raw foi a tentativa de Spiegelman de rejeitar os quadrinhos underground e abraçar, ainda que de uma forma modernista, o elitismo artê. Deve, portanto, muito às novelas sem palavras: não por acaso Spiegelman organizou, recentemente, uma exposição sobre o assunto.
A sua primeira fase [formada pelas oito primeiras edições da revista] favorecia deliberadamente o aspecto visual dos quadrinhos: era publicado em formato magazine e buscava divulgar quadrinistas de vanguarda. Foi nessa época que a revista serializou Maus, do próprio Spiegelman, talvez a mais conhecida graphic novel. [QUADRINHOS]
Foi em 31 de julho de 1889, em Blankenberge, no Flandres Ocidental, que nasceu o artista belga Frans Masereel. Talvez você lembre dele da biografia de Lynd Ward: Masereel é o primeiro artista de novelas sem palavras.
Masereel era filho de uma família rica de Gante. Lá ele se formou na Academia de Belas Artes. Depois disso, foi uma jornada: se mudou para a Inglaterra, depois para a Alemanha e França, antes de finalmente se assentar na Suíça. No percurso, se afiliou à Cruz Vermelha ao Movimento Pacifista Internacional. George Grosz e Stephen Zweig estavam no seu círculo de amizades.
As suas novelas sem palavras eram bastante populares na Europa. Entre as mais famosas, estão 25 Images de la Passion d'un Homme, Le Soleil e Mon Livre d'heures [publicada em 1919, com prólogo de Thomas Mann] e Historie sans paroles.
Não são, propriamente, gibis: com uma imagem por página e sem balões, estão no meio do caminho entre o cinema mudo e os quadrinhos. É visto, no entanto, como um avô da graphic novel: são histórias longas e autorais, narradas por imagens impressas.
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Quatro páginas de 25 Images de la Passion d'un Homme |
Masereel faleceu em 3 de janeiro de 1972, em Avignon, na França.
Entre os autores que ele influenciou, está a checa Helena Bochořáková-Dittrichová. Também nascida em 31 de julho, só que de 1984 [e em Vyškov, na Morávia do Sul], Dittrichová também é uma artista de novelas sem palavras.
As suas histórias, no entanto, não eram simbólicas como as de Masereel, ou épicas como as de Ward: Dittrichová foi a primeira artista de novelas sem palavras a fazer histórias mais pessoais, falando do dia-a-dia: o seu primeiro sucesso foi Z Mého Dětstui, “minha infância”. Ela é, portanto, uma Marjane Satrapi da primeira metade do século passado. Dittrichová faleceu em 28 de março de 1980 em Brno, também na República Checa.
Não é só: foi em 31 de julho de 1980 que começou a ser vendida a revista Raw, de Art Spiegelman e Françoise Mouly. A Raw foi a tentativa de Spiegelman de rejeitar os quadrinhos underground e abraçar, ainda que de uma forma modernista, o elitismo artê. Deve, portanto, muito às novelas sem palavras: não por acaso Spiegelman organizou, recentemente, uma exposição sobre o assunto.
A sua primeira fase [formada pelas oito primeiras edições da revista] favorecia deliberadamente o aspecto visual dos quadrinhos: era publicado em formato magazine e buscava divulgar quadrinistas de vanguarda. Foi nessa época que a revista serializou Maus, do próprio Spiegelman, talvez a mais conhecida graphic novel. [QUADRINHOS]
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