OVERDOSE DE D's. Sexta-feira estreou Dredd 3D, o novo filme do Judge Dredd, dirigido por Pete Travis
[que fez em 2009 Vantage Point, com
Matthew Fox, na época ainda surfando em sua popularidade de Lost], com roteiro de Alex Garland [do
filme de zumbis Extermínio e do livro
A Praia, ambos dirigidos por Danny
Boyle].
E a lei de MegaCity 1 rendeu
muitos links.
Pra começo de conversa, Brian
Cronin, do CBR, dedicou toda a sua seção Comic Book Legends Revealed dessa
semana ao homem que encarna à Lei em MegaCity 1.
O Io9 não quis ser menos e publicou uma série de artigos para dar o
CONTEXTO QUADRINÍSTICO do personagem.
David J. Williams falou sobre a
ficção-científica feroz da 2000 AD,
revista britânica que publica as suas histórias – e revelou ao mundo todos
esses quadrinistas britânicos nos quais você está pensando agora mesmo: Neil
Gaiman, Alan Moore [que nela publicou a excelente Balada de Halo Jones, lançada no Brasil pela Pandora Books em uma
edição pirata], Garth Ennis, Grant Morrison, Dave Gibbons, Brian Bolland.
Cyriaque Lamar ficou encarregado
de descrever o personagem em um artigo dirigido a pessoas que só lembram dele
pelo filme do Stallone [às quais eu pergunto: porque vocês ainda não esqueceram
daquilo?]. Lamar descreveu a premissa básica assim:
[...] Dredd se tornou o sinônimo da cultura pop para "o policial
draconiano definitivo. Nascido (bem, na verdade clonado) no ano de 2066, Joe
Dredd cresceu e se tornou um juiz de rua de Mega-City One, uma gigantesca
metrópole urbana que abrange a costa leste da América do Norte. Quando Dredd se
tornou um adulto, a maior parte do continente era um buraco radioativo chamado
Terra Maldita [...]. Por causa do
tamanho e da população de Mega-City One, e da ciência pirada, aos juízes de rua
-- que devem se abster de todo tipo de relacionamento (inclusive sexuais) em
nome da lei -- foram garantidos de uma vez só os poderes legais do juiz, do júri
e do executor.
Pra fechar com o lado quadrinhos, Charlie
Jane Anders indicou as 11 melhores histórias na revista 2000AD protagonizadas por Dredd – a seleção
abre com The Cursed Earth Saga [de John
Wagner, co-criador do personagem, e Pat Mills, publicada entre 1977 e 1978] e
fecha com Days of Chaos [2011/2012,
de novo de John Wagner].
Quanto ao novo filme...
Se ele prestasse só pra purgar isso da minha memória, já tava valendo. |
...os links ficam por conta do Metacritic.
Por enquanto, Joel Arnold, do NPR, foi o mais empolgado: Dredd funciona porque é um filme de ação com
um amplo apelo e que aceita riscos que não precisava aceitar [...] e essas escolhas são recompensadas com uma
experiência cinematográfica singular e emocionante. É selvagem, bonito e muito
divertido.
No outro lado do espectro, nós
temos as resenhas de Keith Phillips, do AV Club
[nota... D!] e de Michael Phillips, do Chicago
Tribune [Chamar Dredd 3D de filme é
uma espécie de mentira].
Agora, se depois de toda essa
postagem a única coisa que você conseguiu nutrir pelo Judge Dredd foi ódio...
não se preocupe! Voltamos ao Io9, que informou hoje [de novo pelas mãos de Charlie Jane Anders] que a estréia do
filme foi um fracasso -- bilheteria de 6,3 milhões de dólares, enquanto o
esperado era de entre 9 e 10. Então esse foi provavelmente nós vamos ficar mais
algumas décadas sem ver o Juizão no cinema – podemos dizer que A Lei está em
baixa!
BATENDO A PORTA. Mas nem só de Judge Dredd vive o NFN DIÁRIO de
hoje. Ainda na sexta-feira, Greg Rucka, em uma entrevista para a CLiNT Magazine, afirmou que vai cair
fora da Marvel -- onde escrevia a série do Justiceiro. A sua declaração saiu em
diversos sites, mas Morcelli, do Terra
Zero, publicou ela traduzida:
Minha passagem pelo Justiceiro acaba na edição #16 e então faremos uma
minissérie em 5 edições chamada War Zone.
E acabou! Os chefões da Marvel, sem me avisarem, decretaram que ele ia entrar
para uma equipe numa outra revista. É escolha deles, não minha, mas não
significa que eu precise ficar feliz. Fico satisfeito de ter tido a
oportunidade de trabalhar com o personagem e estou orgulhoso do que foi feito.
Pra quem não sacou nada, como
parte do relançamento dos gibis da Marvel por conta do não-reboot Marvel NOW!,
o Justiceiro foi incluído na série do super-grupo-de-anti-heróis Thunderbolts. O
resto da nota é bastante rancoroso, na linha mimimimi esses grandes
conglomerados comerciais só pensam em ganhar dinheiro.
BRACELETES DE PRATA. Oliver Sava, do AV Club, resenhou Wonder
Woman #0, de Brian Azzarello e [100
Balas] e Cliff Chiang [Green
Arrow/Black Canary e Human Target].
É a série dos Novos 52 da DC que mais me deixou curioso.
Para a edição 0 de Wonder Woman,
Azzarello deixa para trás o novo status quo para narrar um conto inspirado na Era de Prata sobre a adolescência de
Diana, uma chocante ruptura com as últimas 12 edições da série. A primeira
página é um anúncio em voz alta de que os leitores vão encontrar algo bastante
diferente do tom habitual da série, mas também familiar para qualquer um que
tenha visto um gibi da Era de Prata, pelas letras do título da história, a
narração pesada e os balões de pensamento. Tem até um box de créditos à moda
antiga, com nomes como Brian “Kiss My” Azzarello e Cliff “Chump” Chiang. Tendo
por foco uma Diana pré-adolescente, a história tem um tom muito mais iluminado
que as edições anteriores, mas o tradicional argumento sobre amadurecimento não
significa que Azzarello evitou tocar nos temas mais profundos que a sua fase no
título tem explorado. Ainda acreditando que foi criada do barro, a crise de
identidade de Diana está em evidência na história, e o seu conflito interno faz
com que seja mais fácil para Ares ludibriá-la para ajudá-lo.
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