MAIS COCEIRA #2. No Entre
Cómics, postaram o prólogo de David Mazzucchelli para Born Again Artist's Edition, traduzido para o espanhol.
Qualquer um que conheça o meu trabalho concordará que a minha curva de
aprendizagem durante os anos seguintes [ao de sua estréia nos quadrinhos
americanos] formou um arco ascendente. As histórias de Demolidor eram normais
dentro dos parâmetros super-heróicos, mas eu dava tudo que tinha. Revirando a
história do personagem, o meu desenho era uma mistura não sempre consistente de
artistas que deixaram a sua marca nele (ou em mim), incluídos Joe Orlando,
Wally Wood, Jazzy John Romita, Miller e Klaus Janson. E, claro, Gene Colan,
cujo estilo era o que mais se aproximava das minhas aspirações naquela época.
Ganhando confiança com cada edição, lá pelos primeiros meses de 1985 eu me
sentia pronto para fazer algo capaz de fazer voar pelos ares a capa do gibi.
E então aconteceu algo engraçado: Frank Miller virou o novo roteirista
de Demolidor.
AQUÁTICO. Jennifer
Christopher Randle resenhou The
Underwater Welder, de Jeff Lemire [de Sweet
Tooth e Animal Man, esse último
um dos Novos 52 da DC], no New York Journal
of Books.
Descrito por Damon Lindelof na introdução da hq como "o mais
espectacular episódio de The Twilight Zone já realizado”, The Underwater Welder é ao mesmo tempo um suspense de viagem no tempo, um estudo de
personagem e uma crise existencial
[...] Sr. Lemire faz excelente uso dos splash-pages, a sua linha delicada levando à aquarela pintada -- que nos faz desejar uma edição totalmente
colorida. O diálogo minimalista durante os momentos mais introspectivos de
permitem ruminar, junto com o protagonista, o significado de fatos do passado e
o papel que a perspectiva tem na memória. Em determinados momentos, parece que
o autor está tentando te empurrar para fora da história e para dentro da tua
própria mente, de forma que, na volta, você está na mesma página que Jack de
verdade.
MÁQUINA DE FALAR. Tô pra ver um cara que dá mais entrevistas que
Mark Waid. Dessa vez, foi para Alexander Añe, do Comics Beat, sobre a sua nova série na Marvel, Indestructible Hulk, e as suas relações com a premiada Daredevil. Waid comentou:
[...] o objetivo que a Marvel me passou foi pegar o Hulk e replicar o que eu
fiz com o Demolidor em qualquer forma que isso tenha funcionado. O problema é
que soluções óbvias me dão dor de cabeça. Uma das coisas que eu consegui fazer
com a série Daredevil foi adicionar
uma espécie de senso de humor a ela. Mas o Hulk não é um personagem engraçado
necessariamente.
[...] O Hulk sempre foi uma alma torturada, e ele é sobre raiva e a fúria e
essas são emoções negativas. Pensei bastante nisso e o finalmente pensei que,
uma das coisas que nós fizemos em Daredevil que parece ter funcionado e dado uma boa resposta foi que nós pegamos o
Matt Murdock no lugar onde ele estava como personagem e evoluímos ele, como um
personagem, ele deixou de ser um cara que é auto-destrutivo e um cara que tem
uma alma miserável e atormentada e fizemos ele se dar conta de que não queria
mais ser isso. É uma forma muito proativa de viver a sua vida e uma forma muito
heróica de viver a sua vida, não ser uma vítima das circunstâncias e, em vez
disso, decidir que você vai ditar as suas circunstâncias. Se nós conseguimos
fazer isso com Matt Murdock, porque não conseguiríamos fazê-lo com Bruce
Banner? Porque não fazer Bruce acordar uma manhã e dizer "eu passei 50
anos de gibis da Marvel do mesmo jeito, com os mesmos conflitos, não existe uma
forma de abordar esse problema?".
PROCESSOS E MAIS PROCESSOS. Vocês se lembram do processo que
terminou, poucos anos atrás, movido por Todd McFarlane em face de Neil Gaiman?
Não?
Bom, resumidamente, era um
problema relacionado à revista Spawn
#9, escrita por Gaiman. Ao contrário de Alan Moore, Frank Miller e Dave Sim,
que também escreveram edições da série, Gaiman criou personagens na edição,
dois dos quais se tornaram relevantes [noutras palavras, geraram com a venda de
bonequinhos o dinheiro equivalente a umas duas coberturas em Nova York]:
Medieval Spawn e Angela. Gaiman, por óbvio, queria ver reconhecidos os seus
direitos sobre a criação dos personagens; McFarlane, por igualmente óbvio,
queria os direitos para si.
No final, Gaiman ganhou e ficou
um pouco mais rico. Os personagens continuam sendo medíocres.
Enfim. Daniel Best publicou no 20th Century Danny Boy, em duas partes
[uma e duas], os depoimentos de Todd McFarlane no referido processo, tomados
nos dias 19 e 20 de junho de 2002. Do seu esperneio, se vê que McFarlane perde
tão bem quanto desenha.
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