VIDA LONGA AO REI #3. Segue o festival de links relacionados a Jack
Kirby.
Pepo Pérez, do Es Muy de Cómic, colheu um trecho de um artigo escrito por Gil Kane sobre Kirby -- eu, um trecho do trecho dele:
Jack faz os seus desenhos com base em impressões muito fortes que
registra continuamente; e o que ele desenha comunica essa impressão melhor que
uma interpretação literal. Seus desenhos não dependem de ofício acadêmico; eles
têm vida própria. Ele é que começou com a distorção, as mãos e os punhos grandes
-- e com ele, tudo funciona, tudo tem uma qualidade dramática que faz com que
seja crível, o que dá um enorme poder ao seu trabalho -- e a sua distorção
nunca é questionada. Eu faço desenhos mais figurativos, mas o mesmo editor que
aceitará os desenhos de Kirby questionará constantemente os meus. O certo não é
o combinado; o que faz Jack é projetar as suas qualidades, e o seu
expressionismo é melhor que o desenho literal de quase qualquer um na
indústria.
Dean Haspiel [quadrinista que fez dupla com Harvey Pekar em algumas edições de American Splendor no início dos anos 2000], no Trip City, confessou: Jack Kirby deixa ele estúpido.
No Comics Alliance, David Brothers fez algumas considerações de ordem ética
sobre o Quarto Mundo de Kirby [como é conhecida a série de histórias nas quais
foram criados Darkseid, o vilão, a sua busca pela Equação da Anti-Vida, Apokolips
e os Novos Deuses]:
Uma coisa que raramente é referida nos quadrinhos desde a saída de
Kirby, ao menos pelo que eu saiba, é a Equação da Vida. A Equação da vida é
simples. Hughfather, líder os Novos Deuses, diz que "o direito de escolha
é de vocês! Essa é a Equação da Vida!".
Simples, não? Mas inteligente. Em vez de fazer a velha história de bem
vs. mal, uma história velha como o tempo, Kirby faz um vai-e-volta. Ele monta
uma dicotomia liberdade vs. escravidão. A liberdade é retratada como bagunçada
e bela, enquanto que a escravidão é rasa e vazia, desprovida de detalhes.
SOLITÁRIO #8. Você conhece os ingredientes: Sean Witzke e Matt
Seneca no Comics Alliance, falando
sobre a série Solo, publicada pela DC
na metade da década passada e em que, em cada edição, um criador da editora
ganhava liberdade total para brincar com os personagens da editora.
Para falarda oitava edição, do dinamarquês Teddy Kristiansen [que ganhou o Eisner por It's a Bird, história que contou com roteiros
do desaparecido Steven T. Seagle], Joe McCulloch também deu as caras -- em grande estilo:
[Eu vou começar dizendo] que essa é a edição mais radical de Solo. E a razão disso é que todas as outras
edições trazem material que é potencialmente aplicável ao ambiente de
super-heróis da DC no qual a série mais ou menos se encaixa. Por exemplo, a
edição de Damion Scott pode usar uma forma mais vívida do seu estilo
influenciado por graffitis do que
você vai normalmente encontrar em gibis de ação, mas é um estilo que ainda é
aplicável aos bang! pow! gibis de super-heróis. [...] Mas aqui, eu pergunto, onde está a tradição editorial da DC em
"quadrinhos literários escandinavos depressivos"? Em lugar nenhum --
mas é exatamente isso que Teddy Kristiansen está servindo.
Você não vê na foto: alegria. |
ENTREVISTA. Rafael Gaitan, no Comics
Bulletin, entrevistou o desenhista Jock [parceiro habitual do roteirista
Andy Diggle, em séries como The Losers].
BALANÇA COMERCIAL: AZAR É DO GOLEIRO. A Barnes & Noble colocou
quase 2000 encadernados da DC em uma promoção no estilo “pague 2, leve 3”. O
desconto recai, como não, sobre o item de menor valor. Fica a dica.
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