SCALPED FINITO #2. A última edição de Scalped, de Jason Aaron e R. M. Guéra, foi resenhada por Oliver
Sala, do AV Club.
Ao longo da série, Aaron fez um trabalho fantástico construindo a
comunidade de Prairie Rose, enchendo a série com uma longa lista de personagens
que têm as suas próprias perspectivas sobre o lugar que eles chamam de lar.
Todas essas visões se transformaram em um ambiente coeso nas mãos de R. M.
Guéra, cuja arte capta belamente o decaimento da reserva e o esplendor natural
que a rodeia. A sua atenção meticulosa aos detalhes ajuda a ancorar a história
na realidade, e ele criou um elenco de personagens rodados, cujas dificuldades
estão refletidas nas linhas de suas faces, nas roupas usadas e nas cicatrizes
de seus corpos. Esta edição é uma mostra ampla dos talentos de Guéra, dando a
ele a oportunidade de desenhar seqüências de ação impactantes antes de passar aos
epílogos emocionais da série, e a sua habilidade em balancear a violência
espetacular com o drama dos personagens é o que faz dele um par perfeito para a
história de Aaron.
Por outro lado, Jason Aaron fez,
em seu próprio blogue, um post de despedida para os leitores da série.
SOLITÁRIO #7. As resenhas da série Solo paridas por Sean Witzke e Matt Seneca estão de volta ao Comics Alliance. A sétima edição é de
Mike Allred [Madman, X-Statix]. É a mais curta até agora.
A sutileza do humor de Allred é provavelmente mais visível em
"Teen Titans vs. Doom Patrol" [uma das histórias da edição]. É uma coisa incrivelmente básica,
provavelmente a mais diretamente similar a uma história de super-heróis dos
anos 60 nessa edição [...]. Mas
existe um sem fim de piscadas e humor moderno, no diálogo, que dá cotoveladas
no possível alcoolismo e homossexualidade de Bruce Wayne, sátiras carinhosas
aleatórias, giros argumentativos ilógicos saídos de brigas da Era de Prata, e
faz óbvias referências ao fluxo de frustração sexual que corre pelos quadrinhos
de super-heróis adolescentes. É 2005, então nós finalmente podemos reconhecer
que esses caras criaram a equipe porque queriam pegar a Garota Maravilha. E
mesmo assim a história é -- de novo,
principalmente graças à arte de Allred -- doce e charmosa, não pervertida e
auto-consciente.
MAIS COCEIRA. Dan Nadel fez alguns comentários rápidos, no The Comics Journal, sobre Daredevil: Born Again Artist’s Edition.
Você deveria ler o artigo todo – não apenas pelas palavras, mas porque ele faz
uso abundante de imagens da edição e porque essa história é possivelmente a
melhor coisa que a Marvel já publicou [e você deve fazer o possível para saber
mais sobre ela, sempre].
Mazzucchelli cunhou algumas das melhores seqüências de ação pé-no-chão
dos quadrinhos, usando uma espécie de claridade Toth-iana em combinação com
linhas e tonalidades apressadas. O espectador sempre sabe para onde a luta está
indo, quem está fazendo o quê, e a brutalidade é, se é alguma coisa, acentuada,
porque todo mundo parece humano e quebrável.
EUROPA. Greg Burgas, do CBR,
resenhou uma pá de gibis europeus publicados pela editora inglesa Cinebook. Muito
embora ele não pareça lá muito informado sobre o panorama quadrinístico europeu
[veja a sua surpresa, por exemplo, na resenha de Western, de Grzegorz Rosinski e Jean van Hamme, ignorando que
provavelmente se publicam mais westerns na Europa que nos EUA], vale por ter
uma idéia do catálogo da editora – talvez a forma mais fácil de se ter acesso
ao mainstream europeu sem saber ler
em francês.
PSICOPATAS AMERICANOS. Garret Martin entrevistou Mark Waid [Kingdom Come, ao menos em tese; atual escritor de Daredevil] para a
revista Paste. Dois comentários:
1] Martin pediu que Waid contasse alguma história de fãs-pirados -- possivelmente esperando algo como "teve um cara que me pediu que eu assinasse a bunda dele". Bom, não foi o que aconteceu -- Waid contou uma história que envolve uma quantidade ligeiramente maior de dignidade pessoal, compensada por um violento acréscimo de psicopatia em potencial:
Anos atrás eu fui convidado a ir em
uma loja de quadrinhos de Vermont para uma sessão de assinaturas. A versão
curta é que dois caras jovens que eram donos da loja me buscaram no aeroporto e
começaram a me mostrar a cidade, me mostrando as paisagens, os moinhos e os
restaurantes, e no final das contas não existia a loja. Não existia a loja!
Eles apenas economizaram para me comprar uma passagem e me fazer passar o dia
lá, escutando as idéias deles e conversar com eles e receber um quadrinista.
Foi assustador. Eu assisti Louca Obsessão, eu sei como o filme acaba.
TENSO. |
2] o de Waid, sobre a violência nos quadrinhos [não me estranha que ele esteja preocupado depois da história anterior]:
A violência é absurda. É
"como nós podemos ser mais macabros que os outros, como nós podemos ser
mais violentos que os outros". Não me entenda mal. Eu não estou ofendido
porque eu quero que os quadrinhos sejam como eles eram quando eu era criança. [...]
O que eu quero é que os quadrinhos não
sejam rasteiros a ponto de apenas fazer o que eles acham que um bando de fãs de
quinze anos de idade sedentos de sangue querem. Parem de tentar ser apelativos
com sangue e violência. Isso é barato. É não saber contar histórias. Não estou
ofendido moral ou eticamente, estou ofendido criativamente. Existem outras
formas de se criar tensão e drama que não envolvem ter alguém empalado pelas
costas com uma espada.
CAPISTA. Para fechar, Andrés Valenzuela entrevistou Dave Johnson, que
fez as capas de 100 Balas [além dos
desenhos de Superman: Red Son], no Cuadritos.
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