NFN#56




SOLITÁRIO #5. Sean Witzke, Matt Seneca, Comics Alliance: Solo #5, de Darwyn Cooke [DC: The New Frontier; diretor de arte de Batman Beyond; atualmente, nos roteiros de Before Watchmen e no comando de Richard Stark's Parker: The Hunter].


RAPAZ MADURO. David Brothers, no Comics Alliance, escreveu um artigo tratando do crescimento pessoal de Peter Parker nas primeiras 50 edições de The Amazing Spiderman.

É um ponto de vista ao qual eu tenho algumas restrições: parte do que Brothers vê como construção do personagem é, na verdade, resultado da saída de Steve Ditko e da entrada de John Romita Sr. nos desenhos da série.

Faria mais sentido, portanto, a mesma análise com outro recorte de edições: da primeira à ultima de Ditko [#38] ou da primeira de Romita Sr. ao fim da saga do clone original – ambas as histórias são conhecidas por serem emblemáticas para o crescimento do personagem.


DOIS EM UM. Duas entrevistas, ambas do CBR: Chris Arrant entrevistou Steve Rude [que é o tio na foto na cabeça do post]; Kiel Phegley, Ed Brubaker, sobre o andar da carruagem da série Fatale [desenhada por Sean Phillips].


RISE #8. Brooke Tarnoff entrevistou David Cronenberg e Robert Pattinson, a troco do lançamento do filme Cosmopolis [dirigido pelo primeiro, estrelado pelo segundo, e adaptado de um livro de Don Delillo], para o site Next Movie. No meio do caminho, Cronenberg [conhecido pelos filmes de terror e ficção científica, como A Mosca] deu uma detonada em O Cavaleiro das Trevas Ressurge:

David [...] alguns diretores bastante formidáveis se deram bem com filmes de super-heróis -- isso é algo que você pensa em fazer?

DC: Não acho que eles o façam como uma forma de arte elevada. Eu acho que ainda é o Batman correndo por aí com uma capa estúpida. Só não acho que seja elevado. O melhor filme de Christopher Nolan é "Amnésia", e esse é um filme interessante. Não acho que os seus filmes do Batman sejam a metade de interessantes, embora tenham custado 20 milhões de fezes mais. Ele está fazendo algumas coisas tecnicamente interessantes, como, você sabe, filmar em IMAX ou em 3D. Isso é realmente complicado e difícil de fazer. Li sobre isso na "American Cinematography Magazine", e, tecnicamente, isso é muito interessante. O filme, para mim, eles são basicamente chatos.

Você acha que é um assunto que não pode ser abordado por uma forma de arte elevada?

DC: Com certeza. Qualquer um que trabalhe para um estúdio tem 20 caras do estúdio sentados em sua cabeça a cada momento, e eles não tem o menor respeito, e não tem... não importa o quão bem sucedido você tenha sido. E é óbvio que Nolan foi muito bem sucedido. Ele tem muito poder, relativamente falando. Mas ele não tem poder de verdade.

Então isso é um não.

DC: Eu diria que isso é um não, você sabe. E o problema é que você tem que... como eu disse, você pode fazer algumas coisas interessantes, talvez inesperadas. E, certamente, eu diz filmes de terror e as pessoas dizem, "você pode fazer filmes de terror que também sejam de arte?" e eu diria, "Sim, eu acho que você pode".

Mas um filme de super-herói, por definição, você sabe, é uma história em quadrinhos. É para crianças. É adolescente em seu núcleo. Esse sempre foi o seu apelo, e eu acho que as pessoas que estão dizendo, você sabe, "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é, você sabe, arte cinematográfica suprema, acho que eles não sabem de que porra estão falando.

A entrevista repercutiu bastante nos últimos dias. Particularmente, acho que diz muito pouco: debater se o filme é "forma de arte elevada ou não" é a versão crítica cultural de discutir se determinado jogador é excelente ou craque -- noutras palavras, conversa pra boi dormir.

Por outro lado, é fato que meio estúdio deve palpitar sobre as grandes produções [e, dentre esses, deve ter uma boa cota de palpites do estilo "o sobrinho do produtor"], e li por aí que esse seria o motivo pelo qual Darren Aronofsky caiu fora de Wolverine. Mas: ninguém é burro de dizer que pro diretor de um filme que arrecadou nas bilheterias mais que o orçamento de qualquer país da África que o seu sobrinho tem um palpite interessante.

Pra fechar, o número de “you know” por linha, nos últimos parágrafos indica que Cronenberg, naquele momento, estava em modo divagação, provavelmente com o lado esquerdo do cérebro meio nublado.

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