NFN#51



SOLITÁRIO #3. Segue o funk: Sean Witzke e Matt Seneca, no Comics Alliance, agora resenharam Solo #3, de Paul Pope.

Vejo Solo #3 como a tentativa de Pope de reunir uma fórmula bem sucedida de fazer gibis de super-heróis do seu jeito. E tipicamente para um quadrinista que ganhou tanto com o estudo dos mestres do passado, cada história aqui tem uma dívida com uma das influências de Pope. Nós temos uma versão certinha de uma das histórias mais selvagens de Jack Kirby, e uma das hqs mais perturbadoras de todos os tempos, um mito grego re-embalado que saiu diretamente do Bacchus de Eddie Campbell, uma homenagem slice-of-life a Will Eisner, uma história de Batman e Robin no estilo fanfarrão da Era de Prata de Dick Sprang/Carmine Infantino Silver. Estranhamento, a história mais leve é aquela que funciona como a cola conceitual da edição: uma historia curta na qual Pope afirma que era tão dominado pela mágica dos quadrinhos que ele leu quando criança que até acreditou nas evidentes besteiras das propagandas de uma edição velha de OMAC.


POR QUÊ? #4. J. Caleb Mozzocco, assim como eu, aqui, e Sean T. Collins, no The Comics Journal, foi atormentado por dúvidas existências graças a Batman: Earth One, de Geoff Johns e Gary Frank. A sua resenha, no CBR, destrincha toda a história, como a porca que ela é [se você se preocupa com spoilers, portanto, evite-a].

Acho que é isso que diferencia esse gibi do Batman de todos os outros: esse é aquele que diz "papo furado" nas restrições de Batman ao uso de armas e de força letal.

Com tantas escolhas criativas e mudanças no mito, estatisticamente falando, alguma delas teria que ser boa.

A sangria continuou no blogue de Mozzocco, Every Day Is Like Wednesday, com uma série de notas que não encaixaram na resenha do CBR -- que ficou assim resumida:

Eu não tenho certeza sobre o que eles queriam com esse projeto, para ser honesto, e o que eles conseguiram foi uma hq bastante terrível sobre como o Batman é um inútil e como tortura, violência com armas e força letal são as únicas opções viáveis para ganhar dos malvados, com desenhos altamente competentes, mas destacadamente sem destaque, para um projeto tão inesperado.


CARECAS DOMINANDO O PÁREO. Jason Thompson resenhou, no Anime News Network, Path of the Assassin, de Kazuo Koike e Goseki Kojima.

Path of the Assassin é a terceira longa colaboração dos dois famosos autores de gekiga, posterior ao seu grande sucesso de 1970-1976, Lobo Solitário, e o sucesso um pouco menor de 1972-1976, Samurai Executioner. Mas enquanto Lobo Solitário e Samurai Executioner sejam basicamente franquias de histórias episódicas de heróis fictícios, que lidam com um novo problema a cada capítulo, Path of the Assassin é uma longa ficção-histórica sobre o lendário ninja Hattori Hanzo e o seu então mestre Tokugawa Ieyasu. É sobre o caminho de Hanzo para se tornar um grande ninja, mas também é sobre o caminho de Ieyasu em se tornar o xogum de todo o Japão.


SÓ QUE NÃO. Os 4 painéis que nunca funcionam, de Mark Waid e Jeremy Rock. É como aquela clássica lista de Wally Wood [que já ganhou um link aqui pela sua versão de Michael Oeming], só que menor, ao contrário e com uma corneta ao Geoff Johns -- ainda que o próprio Waid tenha aparecido nos comentários da notícia no CBR para esclarecer que é tudo uma piada entre amigos.


UM DIA, APENAS FORMADOS EM DIREITO VÃO LER QUADRINHOS #5. Mais sobre o processo de Tony Moore contra Robert Kirkman, sobre The Walking Dead. Agora no Newsarama, por Albert Ching.


TERRA DOS VENTOS. Tá chegando a Wizard Wold Chicago, e Misha Davenport, do Chicago Sun Times [jornal que publica o crítico de cinema Roger Ebert], entrevistou Greg Capullo [atual desenhista de Batman, com roteiros de Scott Snyder]. Sobre o reboot do personagem:

"Meu Batman não parece estar usando uma roupa  feita de tinta spray", ele diz. "O meu Batman é monolítico. Quando ele está parado, parece uma parede. Só porque você é grande, não significa que você seja lento e desajeitado, no entanto. Ele é como Mike Tyson, com um pescoço mais largo".

O Chicago Tribune não quis ser menos e Christopher Borrelli fez um perfil de Brian Azzarello [que atualmente escreve Wonder Woman, Befote Watchmen: Rorschach, Before Watchmen: Comedian e Spaceman; e, principalmente, mora em Chicago].

Azzarello faz 50 anos no sábado. Ele está casado com a quadrinista Jill Thompson [...]. Ela diz que quando ele envia descrições para os artistas com os quais está trabalhando, "ele é tão sucinto quanto é em pessoa. É hilário. Por exemplo, o cenário mais usado por Brian em seus quadrinhos: um bar. A maioria dos escritores enviaria (para o desenhista) alguma coisa como 'nós vemos um plano médio, olhando para baixo em um bar com acabamento em noz, amendoins em uma tigela, fogo no bar onde alguém tomou um shot-flamejante, e tem uma mulher com jeans dos anos 80'. Brian vai dizer para eles: 'um bar informal. Tem um turista parado no bar'. E é isso.

Ela também disse que ele é a última pessoa a reconhecer que tem seguidores, me contando uma história sobre como Samuel L. Jackson, um grande fã que apareceu lendo "100 balas" durante uma cena de "Serpentes a Bordo", uma vez abordou o escritor de Chicago na anual San Diego Comic-Con. "Mas Brian nunca vai te falar isso".


TURTLE POWER. No The Webcomic Overlook, a história das Tartarugas Ninja.

Nenhum comentário: