NFN#37




KANE x KANE. John Kane resenhou, no The Savage Critics, Superman Special #1, um gibizinho honesto de 1983 escrito e desenhado por Gil Kane.

O verdadeiro valor de SUPERMAN SPECIAL é que ele serve como uma mostra da arte de Gil Kane. Cada quadrinho de cada página tem algo de Gil-tástico acontecendo dentre de seus limites. Até mesmo os próprios limites são dignos de nota. Se existe algum exemplo melhor de como usar separações em diagonal de um quadrinho de forma a aprimorar a coerência e o ritmo, então eu aposto que quem a fez leu esse gibi. Dentro dos painéis, as próprias figuras são exemplos perfeitos de perspectiva e posicionamento.


RISE #2. Fiz uma coletânea de resenhas de The Dark Knight Rises no outro dia, mas hoje apareceu essa de Neal Adams [no Los Angeles Times]. Ela não é especialmente boa, mas tem uma qualidade que nenhuma outra tem: foi escrita por Neal Adams.


FANBOYISMO PRA GAIOLA. Pode ser que Neal Adams tenha corrido um risco desnecessário: alguns fanboys tiveram reações mais exaltadas àquelas resenhas negativas de The Dark Knight Rises no Rotten Tomatoes, o que levou ao fechamento da seção de comentários do filme no site. Também gerou um "p. s." na resenha do Wall Street Journal [de Joe Morgenstern], um post no blogue Speakeasey, do próprio WSJ [agora por Jason Evans] e outro de Avi Green, no The Four Color Media Monitor.  

Curiosamente, anos atrás, quando eu estava amealhando fama e fortuna escrevendo para o falecido Gordurama, o e-mail mais raivoso que eu recebi foi a troco de uma resenha de Batman Begins.

Homenagem ao fã de Batman enraivecido, que
não sei deixou abater mesmo depois de todos esses anos.

VORTEX. Graeme McMillan, no Comics Alliance, noticiou o lançamento de Los Angeles, nova série de Kevin Eastman [co-criador de As Tartarugas Ninja]. E parece que alguém está preso em algum dia do ano de 1989, como em Feitiço do Tempo.


UM DIA, APENAS FORMADOS EM DIREITO VÃO LER QUADRINHOS #2. Mais uma tonelada de papéis sobre o processo de Joe Shuster e DC Comics, pelos direitos do Super-Homem. Dessa vez, pelas mãos de Jeff Trexler, do Comics Beat, e, como não, Daniel Beast, do 20th Century Danny Boy.


RISE #3. Walter Oppenheimer entrevistou Christopher Nolan, no El País.

O filme [antes mesmos dos trágicos acontecimentos de sua estréia] se envolveu em uma mini-polêmica, que ganhou alguma proporção a partir de uma ironia meia-boca de Rush Limbaugh [com base em uma matéria mal-explicada do Washington Examiner]; do outro lado do espectro político, além de se regozijo com a suposta paranóia de Limbaugh, houve caras feias e uso da palavra-gatilho favorita das esquerdas, fascismo, nas definições do filme [de cabeça, lembro de uma resenha em Salon, de Andrew O'Hehir, e em Sequart, por Julius Darius] – diante das referências anti-OWS da história [o que, aparentemente, já serve para te qualificar como um fascista].

Sobre isso, Nolan respondeu:

O que me interessa e surpreende disso é o fenômeno das pessoas que tentam analisar o filme politicamente, e não percebe que existem outras pessoas analisando o filme desde a perspectiva oposta. O filme não é nem de direita, nem de esquerda. Não tem nada a ver com política. Ele tenta falar de coisas reais do mundo de hoje, que significam alguma coisa para as pessoas e provocam reações no público.


ABSTRATO #2. Andrei Molutiu, da palestra "Jack Kirby, Modernismo e Abstração" [na SDCC, linkada aqui no outro dia], deu uma entrevista sobre o tema por Susan Myrland, do UT San Diego.


DAS TREVAS #3. Fechando a série sobre artistas icônicos do Batman, no Pop Culture Safari!, chegou a vez de Neal Adams [tenho a impressão que estou andando em círculos hoje].


KA-BOOM. No início da década de 90, os quadrinistas David B., Lewis Trondheim, Jean-Christophe Menu, Stanislas, Killoffer e Mattt Konture se reuniram para criar uma nova editora, L’Association. Logo tudo explodiu em lágrimas, dedos em riste, acusações recíprocas e diversas outras coisas que poderiam ser agrupadas sob o eufemismo "divergências criativas". Pedro Moura, do blogue LerBD, resenhou, numa tacada só, quatro livros sobre o tema.


PING-PONG. Daniel Clowes passou por um "perguntas-e-respostas", com Rosanna Greenstreet, no The Guardian. O homem é um poço de alegrias:

Qual é a sua lembrança mais antiga?
Garotos mais velhos me derrubando no chão e chutando a minha cara várias vezes.
Qual é a pessoa viva que você mais admira, e por quê?
É uma tarefa para tolos gastar tempo admirando alguém.

Daniel Clowes, enfrentando graves dificuldades
para conter uma avalanche de alegria.

DESPEDIDAS. Joey Esposito entrevistou Greg Rucka, para o IGN. E resulta que o cara vai cair fora da série do Justiceiro depois de Punisher War Zone. A despedida se deu de forma melancólica: “Em algum momento dos últimos meses eu fui informado que a série do Justiceiro seria cancelada, e que o ele acabaria em uma série de equipes que eu não vou escrever”.

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